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terça-feira, 11 de maio de 2010

Educação Artística - Salvador Dalí

Texto: Eu sou o surrealismo


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Umcontroverso artista

Cem anos de delírios, ilusão e perfeição. Em 11 de maio de 2004, (será) foi comemorado o centenário de nascimento de um dos mais controversos artistas da arte moderna: Salvador Dalí. Nessa data, um sem-número de homenagens ocorrerá não só na Espanha, sua terra natal, como em todo o mundo. Porém, não se trata de mais uma comercial homenagem post-mortem, tão comum ultimamente. A comemoração do centenário do artista é no mínimo justa. Dalí não só é o mais famoso expoente do surrealismo como também é, sem dúvida, um dos mais importantes e significativos artistas do século XX. Multifacetado, Dalí foi pintor, escultor, ilustrador, designer de joias, escritor e diretor de cinema. No entanto, é como pintor que ele se destaca e é pelas suas telas que é reconhecido mundialmente.
Nascido em Figueras, na Espanha, perto da fronteira com a França, Salvador Felipe Jacinto Dalí i Domenech começou desde cedo a pintar. Seus primeiros trabalhos datam de 1917, quando tinha 13 anos. Em 1922, deixou sua pequena cidade natal e foi para Madri, a efervescente capital espanhola, a fim de estudar Belas Artes na Academia San Fernando. Seu talento foi rapidamente reconhecido, e, em 1925, Dalí teve sua primeira exposição individual em Barcelona. Em 1928, ganhou certo destaque internacional ao participar de uma coletiva em Pittsburgh, nos Estados Unidos, com três pinturas. Entre elas, estava a tela “A cesta de pão, 1926”, na qual se pode perceber influência do barroco holandês.
O período de sua estada em Madri rendeu-lhe mais do que lições acadêmicas sobre arte. Extremamente decisivo para sua carreira – e para sua vida – foi o encontro com os jovens Frederico García-Lorca e Luís Buñuel, que depois se tornariam nomes relevantes na literatura e no cinema, respectivamente. Dalí os conheceu em sua estada na residência dos estudantes e por eles foi introduzido num mundo mais amplo da arte, o qual teria importância no caminho que sua própria arte tomaria a partir de então. A amizade com Lorca e principalmente com Buñuel possibilitou que as discussões sobre os movimentos de vanguarda artística que então pipocavam na Europa tomassem corpo e que começassem a ter alguma influência em sua obra. Datam de 1927 e 1928 alguns experimentalismos feitos por Dalí em suas telas, não só em relação a temas como também na incorporação de materiais diversos.
Aliás, com Buñuel, Dalí desenvolveria projetos cinematográficos de vanguarda como os filmes Um cão andaluz (Un chien adalou, França, 1928), do qual, além de serem produtores e diretores, participam como atores, e A idade do ouro (L’âge d’or, França, 1930). Considerado um marco do surrealismo na história do cinema, Um cão andaluz é uma colagem de cenas que não sugerem uma ligação imediata. A lógica do filme é justamente a falta de lógica. É dele a antológica cena em que a lâmina afiada de uma navalha corta um olho de uma moça.

Marcelo Bessa

Fonte: Educação Pública

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